Todo dia é dia de fazer tudo de novo, melhor e mais eficiente!

1.990, para alguns que começam a ler este texto, parecerá muito longe, como para mim parecia a década de 60, mais ou menos. Foi neste ano, com 13 anos de idade que eu, Gustavo, comecei a minha primeira atividade “remunerada”! Até aí, nenhum problema para mim, nem meus pais, nem quase ninguém naquela década. Hoje, provavelmente, na classe média, motivo para muitos questionamentos, olhares recriminadores e até, num extremo, uma denúncia quem sabe!

    O real objetivo que meus pais tinham era que eu começasse a valorizar o quanto custava “ganhar dinheiro” e criar novas responsabilidades!

     Esta experiência, involuntariamente aos olhos dos meus pais, acredito, fez despertar meu lado empreendedor. E digo isso, hoje, porque pude trabalhar nestas oportunidades com pessoas que realizaram muito e construíram grandes histórias profissionais em suas carreiras empreendedoras. 

     Todavia, veio o vestibular e tive, como vários, decidir o que iria fazer do futuro da minha vida profissional, ainda ali com 17/18 anos. Optei por fazer o vestibular pro curso de Direito. Eu gostava da ideia de ser Juiz de Direito, gostava das matérias e achava que eu teria as características necessárias para exercer aquela profissão. 

     De outro ponto, no mesmo ano que entrei na Faculdade de Direito de Curitiba (na minha segunda tentativa de passar no vestibular), já no mês de setembro de 1.997, comecei a minha primeira empresa! Meu pai Roberto, que não era empreendedor e tinha acabado de sair do emprego dele, propôs que montássemos uma distribuidora de bebidas e alimentos porque um amigo dele disse que seria uma boa oportunidade para nós.

     Ali começou o dilema entre empreender e ter muitos riscos, ou seguir numa carreira estável, concurso público, garantias,… Levei quase 4 anos fazendo a faculdade à noite, tocando a empresa e fazendo alguns estágios para concluir que eu não conseguiria ficar preso a uma carreira sólida, mas sem a dinâmica do dia a dia na “rua”! Eu era um caso confirmado do vírus do empreendedorismo! 

     Começamos deixando 02 latas, consignadas, de Red Bull em alguns pontos de venda (energético não existia no Brasil, as notícias que saíam eram de que era alcoólico e deixava louco!). Aqueles 3 clientes, que aceitaram nossa “consignação” pela nossa insistência em ficar com aquelas latas, foram o começo de uma história que foi de muito sucesso!

     Meu irmão Eduardo entrou logo a seguir na sociedade e construímos, entre setembro de 1.997, até o ano de 2.014, uma empresa que vendia mais de 720.000 (setecentas e vinte mil) latas de Red Bull dentre outros mais de 1.000 itens do portfólfio ao mês, atendia mensalmente mais de 6.000 pontos de venda, tinha um time de mais de 120 pessoas, muita transpiração, inspiração, noites sem dormir, dúvidas, feriados e finais de semana carregando e descarregando muitas caixas madrugada adentro, viajando para abrir novas cidades, enfim, uma de tantas histórias de empreendedorismo de sucesso alcançada por muita transpiração e inspiração!

     Entretanto, não só de acertos e conquistas vivem os empreendedores! Crescer e conquistar muito mercado por quase 15 anos, não nos garantiram nada! Tomamos algumas decisões equivocadas, montamos um time maior que o negócio permitia, não agimos na hora necessária para cortar os custos e veio o início da crise de 2.014.

     Com um grande custo fixo, por termos superestruturado o time, e a receita em declínio, não conseguimos mais inverter a curva e, no linguajar popular, “quebramos”!

     Psicologicamente ficamos “destruídos” por um bom tempo! Difícil aceitar que você cometeu erros, mesmo depois de mais de 15 anos de conquistas e aprendizados. Por isso que digo hoje que empreender é fazer todo dia tudo de novo, melhor e mais eficiente!  O ontem só pode te trazer experiência, nunca certeza!

     Refeitos parcialmente do trauma, nos reinventamos, nos reconstruímos psicologicamente, pegamos nossa “bagagem” desta vivência (aí serve aquela parte da letra da Beth Carvalho “levanta, sacode a poeira E dá a volta por cima”) e fomos desenhar um novo projeto! Nesta fase confesso que me peguei algumas vezes falando “por que não fui seguir a carreira de Juiz! Estaria com meu salário, férias, décimo terceiro e aposentadoria garantidos!! 

     Mas só quem empreende consegue entender esta nossa loucura! Projeto desenhado, fomos atrás de alguém que acreditasse em nós, nosso novo sonho e, financeiramente, pudesse viabilizar aquele desafio, visto que não tínhamos condições de fazê-lo. 

     Quase 3 anos depois, de muito desenvolvimento, de muitas visitas em fornecedores e pretensos clientes compradores, “bugs”, versões que não funcionaram o que precisavam funcionar, viagens, discussões entre fazer isso ou aquilo, infinitas reuniões, muitas dúvidas, mas convictos do que queremos, está o meucompras.com ! Estamos construindo uma nova cultura de compras, pela internet, para o pequeno e médio varejo alimentar! Esse é o nosso desafio! 

     Todo dia é dia de fazer tudo de novo, melhor e mais eficiente! 

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