Você já deve ter ouvido, ou até mesmo presenciado pessoas que decidem sair da terra tupiniquim pra empreender fora do Brasil, afinal empreender no exterior é um sonho de muitos brasileiros que desejam unir o desejo de imigrar com a possibilidade de se tornar financeiramente independente. E a boa notícia é que é totalmente possível abrir um negócio em outra nação. Os empreendedores estão cansados de saber que o Brasil não é o melhor país do universo para abrir uma empresa. Burocracia, alta carga tributária e outras dificuldades são parte do cotidiano dos empreendedores por aqui. Alguns países, ansiosos por geração de emprego e inovação, oferecem vantagens fiscais e imigratórias a empreendedores estrangeiros.
Países como Portugal, Canadá e Estados Unidos, por exemplo, têm políticas bem interessantes para investidores que desejam imigrar e empreender em seus territórios. A seguir, vamos te contar sobre um outro país europeu e como é possível abrir uma empresa neste país e aumentar suas chances de o negócio vingar fora de nossa terra! Hoje vamos saber um pouco mais sobre como é o processo para quem deseja empreender na Irlanda, ou como ficou conhecida mundo a fora, “Ilha Esmeralda” Para tal, contamos com a participação especial do Edu Giansante, fundador do E-Dublin que mora em Dublin há mais de 10 anos. Cheers!
Com uma economia crescente, fazendo parte da união europeia e com incentivos do governo, a Irlanda é um solo fértil para empreendedores que querem fugir da crise. A Irlanda é conhecida pelas várias multinacionais americanas que veem o país como uma base estratégica. O que muita gente não sabe é que a Irlanda também é um ótimo país para quem pretende abrir o próprio negócio. Para você que deseja abrir a sua startup na Irlanda, Edu relata que o IDA Ireland que é um órgão do governo que incentiva empresas de fora a abrirem seus escritórios no país. Existe também um programa de incentivo a startups.
Não adianta so tentar seguir a onda dos outros ou do mercado se você não for bom no que faz, não conhecer o mercado, não ter o timing certo, etc. Nem o Google sendo Google, conseguiu fazer uma rede social funcionar, quem dirá nós mortais 🙂 A dica é criar um produto que resolva um problema real, testar ele, validar no mercado, e depois tentar alavancar investimento. Indiferente do país que reside (afinal, todos usamos Uber no Brasil, e ele não foi criado no Brasil).
Antes de embarcar no avião para a ilha esmeralda, é necessário que você fique atento ao tipo de visto que é necessário para empreender. Na Irlanda, o visto para quem decide empreender é o Stamp 4, que é o visto de residência, ou ser irlandês, ou ter sócio europeu. As maiores dificuldades que os empreendedores enfrentam, é a falta de conhecimento do mercado, as diferenças culturais, e é claro a falta e conhecimento na questão de impostos, já que os impostos são significativamente baixos para as corporações na Irlanda (12,5% contra 34% no Brasil), o que possibilita um alívio financeiro para as empresas que operam na região da Irlanda, levando em conta também a questão salarial, dentre outros. O governo irlandês, possui uma taxa principal de imposto que é o VAT, que representa 23% (O VAT – Value Added Tax não é um imposto ligado ao trabalho, porém, como ele está ligado a tudo o que consumimos no país, vale mencioná-lo aqui. Esse imposto é cobrado em cada compra que efetuamos na Irlanda de remédios a roupas, comida, cosméticos etc.)
Em um Podcast realizado pelo E-dublin, com a Camila, o Rafael e a Janaína, que são brasileiros e têm seus negócios próprios na Irlanda e falaram sobre os desafios de empreender na Ilha Esmeralda. Camila, por exemplo nunca chegou a empreender no Brasil, mas trabalhou 11 anos na área de T.I, que decidiu ir para a ilha esmeralda a fim de tirar um ano sabático, começando a trabalhar em subempregos por 18 meses. Surgiu a oportunidade de realizar cursos na área de beleza surgindo a oportunidade de abrir o seu próprio negócio, que é um salão de beleza na ilha.
Já o Rafael, saiu do Brasil quando tinha 17 anos, passando a morar em Portugal por 6 anos, aonde o seu último trabalho antes de chegar em Dublin, foi em um restaurante especializado em sushi, sendo auxiliar de sushiman. Rafael, relata que foi para Dublin, pois um amigo ficava insistindo para fazer intercâmbio a fim de aprender inglês, para poder voltar a Portugal novamente. Chegando em Dublin, começou a procurar emprego, trabalhando em um restaurante de sushi novamente. Depois de um certo tempo, um dos lugares que trabalhou estava prestes a fechar, e começou a fazer sushi delivery, aonde nas primeiras noites apareciam apenas 2-3 entregas. Rafael, já esta há 4 anos fazendo entrega de sushi, e atualmente possui um restaurante ao lado de um bar australiano, mas sem deixar o sushi parar. Para Rafael, a chave é a Persistência. Pois, você tem todos aqueles empecilhos na sua frente, mas pulando todas as barreiras a sua hora chega.
A Janaina, trabalhava na área financeira no Brasil, querendo aplicar para uma oportunidade na Mastercard, mas segundo o feedback relacionado a língua inglesa, que teve do gerente da rede, decidiu tirar um tempo para si mesma, se desfazendo de tudo o que tinha para investir no intercâmbio, com a ideia de ficar um ano fora. Ficou amiga da Juliana Vital, que é proprietária de uma agência de intercâmbio, conseguindo assim o seu trabalho como consultora de intercambio, devido a sua persistência para com Juliana com a pergunta “Você precisa de alguém para o escritório em Dublin?” a cada vez que se encontravam. Começou a fazer brigadeiros para gerar renda extra, começando a vender na escola aonde estudava inglês, e com a ajuda de sua irmã que mora no Brasil, enviando para ela as embalagens para os brigadeiros, a fim de fazer um repasse menor do custo da embalagem para o cliente. Essa foi a oportunidade encontrada pela Janaina na ilha, que é presentear as pessoas com o brigadeiro, um presente da nossa cultura para eles, afinal o brigadeiro é um dos doces mais democráticos que se tem. O foco da empreendedora, foi o brigadeiro gourmet, que é uma especialidade brasileira, contando com uma diversidade de sabores, inclusive está testando uma receita de brigadeiro vegano.
Edu relata que, para os empreendedores que buscam linhas de crédito para o seu negócio, existe programas que são similares ao BNDS (banco nacional de desenvolvimento) aqui do Brasil, que é possível fazer a aplicação para solicitação de crédito, ou mesmo estar investindo algum valor.
O mercado irlandês é muito promissor, em diversas áreas, mas principalmente em T.I, pois o país conta com escritórios de todas as maiores do planeta, como Linkedin, Microsoft, Dropbox, Google, Airbnb, dentre outras, mas o mais promissor é que o seu negócio possa resolver um problema.
A mensagem que Edu deixa para você que deseja abrir o seu negócio fora do Brasil é
“não importa onde você está fisicamente, se na garagem da casa dos seus pais ou num quarto alugado na Irlanda. Seu produto/serviço precisa resolver um problema real, ser testado e validado, e a partir daí você começa a explorar alternativas de escalar (investimento, empréstimo de amigos, etc.). A dica indifere de onde você está no mundo – se você acredita no que está criando, corra atrás, mas não largue tudo pra fazer isso, porque você vai ter uma pressão financeira (pagar as contas) e isso pode te tirar da sua meta.”
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